Elaborar frustrações e ressignificar a vida para não mais sobreviver. Para viver.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Muda (Nem sei falar)
Embora esteja emplodindo, não consigo fazer poesia. Não tenho rima, não tenho ritmo, perdi os versos. As palavras fogem dos dedos, da boca e amontoam-se neste coração transbordantemente poético, mas calado. Coração que fervilha um sentimento de quase pureza de alma cheirando à pólvora, de um amontoado de pétalas brancas caindo de flores vermelhas, de uma estrada de espinhos presentes que sorriem. Espinhos tão preciosos que chegam a fazer cócegas no ventrículo direito do coração, talvez por isso eu nem respire. E vejam que enquanto minha mente encolhe a poesia, a vida vai me cercando dela. Chove para mim e eu bebo chuva, que se não lava a alma, encharca o ânimo do corpo doído, marcado e gostoso de tão cansado. Mesmo inexpressiva, como me sinto com esse coração tão mudo, levanto a cabeça para e molhar o rosto porque a chuva é toda minha. Porque quero dormir depois de ter encharcado a alma de um algo do céu que já estava em mim, de um algo meu que despertou neste agora de explosão de sentidos. Se você tem fogo, não chegue perto, a não ser que queira se queimar. Não, calma, ainda chove, e eu brinco porque queria fazer poesia. Enquanto não consigo, vou me escorrendo com os respingos - ou seria rastro de pólvora - e deixando minha marca, meu cheiro, minha pele pelo chão.
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