terça-feira, 9 de dezembro de 2014

E daí?


Ei! E daí que você me faz bem mesmo assim, de tão longe? Há coisas que nos aproximam. E não é foto de eu pensar que talvez, em uma outra encarnação, tenhamos sido irmão, primos, amigos, soldados de um mesmo batalhão, pierrot e colombina (mas este é meu lado drummoniano falando)... Tem algo que nos une e são as afinidades e o respeito. E daí? Que problema há se eu te admiro? Admiro quem é e o bem que me faz saber de alguém assim, pra mim tão perto. Porque as palavras se completam, o desejo de se galgue os louros da vida é mútuo, entre otras cositas más. Pra quem já se rastejou na lama da vida desde tão cedo e depois de tantas humilhações conseguiu estar em pé, o fato de admirar o outro é uma glória. Eu quase morri, e enxergo as coisas diferentes porque hoje eu tenho sede de vida. Eu vibro a cada centímetro de vitória, cada amigo, cada palavra bela dita por alguém que parece me admirar também. E daí? Não é por isso que eu deixo de ter a consciência exata do meu tamanho inexpressivo. Para mim você é especial, como um pacote de balas sortidas. Tem sabores da minha preferência, e aqueles que eu não gosto muito e ainda assim são doces com um fundo azedo-amargo. E daí? E eu poderia fazer a lista extensa das suas qualidades sem idealizações. Sem tomar pra mim. E o mais bonito é que você voa, mas vez por outra pousa no meu ombro, nem que seja pra relembrar bons momentos. Agora, deixa eu sair de mansinho sem ranger a porta porque o cheiro do orvalho me chama e hoje não perco por nada o nascer do sol.

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