terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

João e Maria

Desde criança quis ser a princesa onírica de Chico. Primeiro no colo do papai, depois no colo de outros. Mas sempre a linda notável, e hoje ainda mais parecida com ela. Chico sonhou minha coroação insistente pela ausência da ideia não alimentada com paixão.
Desde criança quis fugir, primeiro do meu pai, depois de tantos outros. E com o gosto de, antes da retirada, entreter-me com meus mocinhos brinquedos. Chico sonhou minha liberdade nua com a possibilidade das mãos dadas.
Mas desde criança eu não faço de conta, eu finalizo-me e destituo-me e fico lembrando do meu quintal de barro e bananeiras onde queria construir castelos e onde quero acordar como ninfa e onde quero fazer alguém adormecer por encanto. Mas Chico não conheceu o pra lá do meu quintal, e não soube (como ninguém sabe) da minha noite sem fim. Sem procura no meu mundo, sem loucura no meu mundo e ninguém para se perder de mim.
E é isso que eu queria Chico. Desde não sei quando eu queria...

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