E agora que estou novamente no centro, para onde ir se quero sentir a dor das minhas pernas, se quero calejar os pés? Não quero suporte, porque ninguém poderia sê-lo. Quero caminhar para um lugar distante, quase inexistente. Quero esquivar-me, sair deste ambiente sedutor e prazeroso onde perco-me. Quero ir pra casa, é isso. Voltar para dentro de mim. Sinto saudades da leveza. Há de haver leveza...
Estou no meio do círculo dos cego. Entretanto, ainda escoando-me, quero os olhares, sim, todos os olhares para mim! E quero olhares cegos. Quero olhos feridos que enxerguem apenas as sombras enquanto me dispo, e que neste momento desejem ver o todo, e o desejem ardentemente. Quero que, enquanto recoloco a máscara, procurem o meu rosto. Sei que não conseguirão, por isso permito e por isso os odeio quando me entrego.
Mas, espero que esperem por mim enquanto vou. E sintam uma ausência dolorida a qual chamarei de culpa. Esta raiva que me faz arranhar o mundo com as unhas e o não querer que me deixem ir... O que é toda essa ambivalência? No núcleo dos meus segredos estará a resposta?
Caminhar e sentir a dor do peso do próprio corpo, sentir-me real... Quero sair do centro de tantos olhares para conseguir chegar àquele onde me escondo.
bonito...não se afobe não...
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