Por alguns instantes a vida gratifica, e a primeira sensação é a de rejeição dos louros. É como deparar-se com a inverdade de receber de presente o copo d’água que faltava no momento da extrema sede.
Depois da seca, ainda com a lembrança de ter gritado por água, chorado por água, adoecido pela falta, equivocando-se o com oásis. Depois dessa busca inútil e dos lábios rachados, da língua sem força, da irresistência, da desistência, a vida vem e gratifica.
Depois da seca, ainda com a lembrança de ter gritado por água, chorado por água, adoecido pela falta, equivocando-se o com oásis. Depois dessa busca inútil e dos lábios rachados, da língua sem força, da irresistência, da desistência, a vida vem e gratifica.
E você, satisfeito, amedronta-se. A vida ainda oferece mais, transborda o copo, deixa encharcar os lábios, deixa molhar o rosto. A vida abunda. E você bebe no desespero do querer, ainda duvidando que aquilo seja um presente. Mas não há como contra dizer, o instante de matar a sede é o prêmio de viver.
De onde veio essa água tão pura que completa? Não foi delírio, foi exatamente a medida que faltava. Parece a vida silenciosamente oferecendo trégua, parece que ao redor nunca ouve guerra e que não haverá cacos a serem recolhidos. Apenas respingos da doce água.
Nesse instante não quero mais desejá-la ou esperar por ela ou buscá-la avidamente. A água estará sempre ali. E eu, quando repleta, ficarei cega novamente, mas espero não sentir a aflição da sede. Espero ter a sagacidade de ajoelhada tatear o chão e encontrar humidade no solo e sentir o cheiro do frescor. Espero poder mergulhar o rosto nessa fonte. Sei que não haverá plenitude, mas satisfação, ainda que sem merecimento.
acho que essa sede na minha vida se chamou solidão e depois a água, costumo chmar de amor, de paixão...
ResponderExcluirNunca é a exata medida, sempre é em excesso, e o problema é esse, o que fazer agora com a sobra e com a minha falta de sede diante daquela água maravilhosa, minha falta de vontade de beber, e minha falta de estomago para tomar tudo aquilo como uma criança que quer, e quer, e quer, e come, e come, e come, até dormir com a pança cheia e cair com a cara na comida.
:D
beijos querida... boa semana
Ah!... Mas issoi não devia ser um problema... Seria injusto... Beijos
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