quarta-feira, 4 de maio de 2011

Porta na cara

Odeio bancar a imbecil quando me importo, colho as flores que plantei, parto para entrega-las e sou recebida com uma pancada da porta na cara. Certo, não posso obrigar ninguém a se importar porque me importo e talvez essa sentimentalidade toda não convença. Mas receber flores não machuca, então receba, ainda que seja para joga-las fora. Não quero entrar para tomar um chá, não quero dividir, quero doar apenas. Ser amável e ir embora. Triste é não receberem as flores por pensarem que quero algo em troca. Porta na cara, buquê na mão, sentindo-me uma idiota. Abandono as flores e levo a sensação da preferência da agressividade e do fazer sofrer enquanto se sofre. Tolice querer distribuir flores. Tolice pensar que se pode levar segundos de alívio com o cheiro e as cores dos tolos lírios, das bobas violetas, das orquídeas abestalhadas.

Um comentário:

  1. Leve rosas, e deixa na porta, a pessoa irá decidir se fica com a graça das rosas ou com a dor dos espinhos... A sua parte de presentear está feita...

    :D

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