Agora sei que posso errar, e vou errar, estejam cientes. E posso não no sentido de possibilidade, mas no de permissão inviolável. Sim, porque me amarão, assim toda torta e sem jeito. Não é que eu não queira acertar, nem que não pratique acertos, mas cansei das tolices de amargamente querer ser e fazer o melhor para ter e acabar me ferindo. Quero e devo ser o melhor pra mim, porque apenas desta forma o serei para quem quer que seja.
Ninguém sabe e nem jamais soube dos meus intentos. Ninguém tem culpa das loucuras dolorosas e feridas insanas que me fiz. Agora sinto uma alegria louca, uma vontade de carregar uma parte do mundo nos braços, mas sei que não suporto. E não é para ter, mas para agradecer as ofertas ocultas de vida. Aos poucos também ofereço carinho, mas também nego. Menina má? É, vez por outra serei, não para sair da mesmice do correto, mas para não esquecer que vida ainda dói e vai doer. Saber dizer não e sim no momento exato. E errar, se for o caso, errar de novo.
Continuarei errando de maneira graciosa a ponto de apaixonarem-se pelos meus tropeço, como tem acontecido. Tenho me deliciado em errar. Errar é sublime. Acertos todos tentam o tempo inteiro, matam-se por ele e matam por ele. Mas eu sei que vou acertar por tanto errar e cair e rir de tudo isso. A vida abre mil estradas para mim e posso estar no caminho errado, mas jamais direi que não vi flores, que não amei, que não sofri por um sentimento nobre, que não aprendi com algo torpe vindo de mim e que não ofertei tudo o que poderia, por pensar apenas no acerto. A vida vai, passa e acaba. Dos erros ficam as cicatrizes e as lembranças dos doces presentes que apenas quem errou pode saborear, mesmo aquele chantilly regado a terra, logo após o tombo.
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