quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Solte o manche...



 











Solte o manche e tudo estabiliza-se no momento da pane.

Durma a primeira de todas as noites gostosas que virão e nem precisa ser no melhor dos sonhos, é a melhor realidade.

Descanse em paz respirando fundo e vivendo a paz, e aproveite as estrelas, a lua ou a chuva. Que o céu seja majestoso e poderoso da maneira que esteja.

Solte o manche que você não vai cair, vai continuar no ar. Existem forças físicas e uma aerodinâmica que são maiores que a força do seu braço.

Sinta o gosto do sol da manhã periciando a pele numa ardência gostosa. Deixe o sol entrar. Aprecie a brisa. Converse com o vento, encontre a corrente contrária e diga a ela o melhor que puder dizer. Ouça.

Mergulhe, pule, nade livremente. Fique na água até que a pele enrugue. Pise na areia sentindo cada grão. Olhe para o mar e ria ou chore com ele. Entenda a natureza da vida... A energia da mudança da maré. A água que é cortada por águas doces sedentas que percorreram longínquos caminhos sob a terra. Apreenda o mar e aprenda.

Sinta-se livre. Proteja-se. Ame. Dance. Cante. Descubra-se.

Escreva na parede, desenhe a moça de fita, regue as plantas todas e agradeça a sombra da árvore frondosa. Deixe que as folhas caiam e observe atento como nascem outras ainda mais verdes.

Não contenha-se. Espalhe, derrame, transborde. Renasça.

Solte o manche, o leme, o freio. Se “a vida tiver vontade própria”, então que seja ao seu favor.

domingo, 23 de novembro de 2014

Depois de fechar a porta (Não se afobe)


Minha boca combina com a sua, se encaixa perfeitamente, precisa com urgência, mas não se afoga ou mesmo se afoba. Precisa sem pressa - com licença, Chico – um beijo que espera milênios, milênios, milênios, uma boca perdida neste desejo... Nada é pra já, mas minha boca combina com a sua, se encaixa na sua, tem urgência, e mergulha sem a necessidade de escafandro ou de outrem que nos una, porque elas simplesmente se aproximam e fim, enfim sem cartas e fugindo de qualquer silêncio, gritando em sussurros por qualquer fresta que encontre. Desculpe Chico, ainda que o planeta torne-se água não precisarei de mergulhadores, sábios, poetas. Um beijo não se fragmenta e minha única necessidade é da sua boca, num beijo como aquele, depois que a porta se fechou e dissemos “oi” um ao outro.